Indústria de Campinas pretende contratar mais

CAMPINAS – Pesquisa de sondagem industrial elaborada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas, em parceria com a Faculdades de Campinas (Facamp), referente a maio deste ano, mostra que as empresas associadas ao Ciesp enfrentam dificuldades na contratação de pessoal por falta de qualificação profissional, mas têm interesse em aumentar seus quadros. O levantamento mostra que 27% dos entrevistados consideram a formação educacional importante e 73% muito importante para a contratação de funcionários. Numa outra abordagem 78% dos respondentes têm encontrado dificuldades na contratação de mão de obra técnica qualificada. Esta dificuldade é enfrentada em diversos níveis desde o ajudante de produção até o encarregado de turno.

Este problema não é recente. Um estudo realizado pela Facamp em 2003, a respeito das atividades de inovação nas empresas da Região Metropolitana de Campinas (RMC), apontou na ocasião que 1/5 da força de trabalho na indústria na RMC possuía curso superior, porém, este número é insuficiente para satisfazer a demanda por mão de obra qualificada. Todos os empresários foram unânimes em afirmar que a mão de obra qualificada é fundamental ou importante para a expansão dos negócios.

A sondagem identificou também que o crescimento da ocupação da capacidade instalada de produção em maio ultrapassou não apenas os níveis verificados no mesmo período do ano passado como também de 2008, período pré-crise. Em maio deste ano 68% das empresas afirmaram que operam utilizando mais de 70% de sua capacidade de produção, enquanto em maio de 2009 este índice era de 44% e em maio de 2008 foi de 66%.

Diante desse quadro, 11% dos empresários pretendem aumentar os investimentos planejados e 65% vão manter o planejamento dos investimentos. A sondagem mostrou ainda que 22% dos entrevistados não irão investir e apenas 3% vão diminuir o investimento previsto.

As vendas no mês de maio superaram os patamares verificados antes da crise em 2008. Houve aumento nas vendas para 43% das empresas. Em maio de 2008 o índice havia sido de 42%. O índice de empresários que registraram estabilidade nas vendas em 2010 ficou em 30% e em 2008 esse índice foi de 25%. Houve redução no número de empresas que tiveram vendas inferiores passando de 33% em 2008 para 27% em 2010.

O coordenador do Centro de Pesquisas Econômicas da Facamp, Rodrigo Sabbatini, acredita que com a recuperação registrada ao longo desses cinco meses mostra claramente que as empresas vão recuperar com uma leve margem de folga o prejuízo registrado em 2009 em função da crise econômica global. “Eu acho que tanto do ponto de vista dos empregos industriais quanto da produção e dos investimentos a gente vai voltar claramente aos níveis de 2008 ainda no primeiro semestre de 2010. A única coisa que não vai recuperar tão bem quanto foi em 2008 serão as exportações de produtos manufaturados. Isso vai demorar um pouco para recuperar porque os nossos principais mercados como os Estados Unidos, por exemplo, ainda não se recuperaram, o que não vai provocar um aumento forte nas exportações.”

Infraestrutura

O diretor do departamento de Infraestrutura do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Júlio Diaz, afirmou que muitas indústrias que fazem parte e atuam nos municípios do interior têm se queixado nas regionais do Ciesp de problemas ocasionados com o fornecimento de energia elétrica, como oscilação de energia, interrupções inesperadas, queda brusca de energia, após a queda, retorno de energia em meia fase e variação de tensão. Os problemas têm ocasionado prejuízo às empresas.

Levantamento feito pelas regionais do Ciesp de Indaiatuba e de Campinas aponta que 45 empresas instaladas nos municípios de Campinas, Indaiatuba, Valinhos, Sumaré, Capivari, Monte Mor, Elias Fausto, Porto Feliz e Salto acumulam prejuízos que chegam a pouco mais de R$ 6 milhões nos últimos meses em decorrência de perda de matéria-prima, queima de máquinas e paralisação da produção ocasionados pelas falhas de energia.

Segundo ele, a direção do Ciesp tem relatado os casos para as concessionárias distribuidoras de energia que começam a demonstrar preocupação com os incidentes e em muitos casos tem feito o monitoramento na região para detectar os problemas mencionados, que começaram a ocorrer desde o segundo semestre do ano passado.

O diretor de infraestrutura do Ciesp, Júlio Diaz, disse ainda que o Brasil não consegue realmente suportar um crescimento de 7% ao ano por mais de dois anos, devido à falta de infraestrutura e em algum momento o governo e setores econômicos terão de frear esse crescimento.

Fonte: DCI

Sobre orientaprofissional
Sheila C. F. Lot é Psicóloga Clínica Comportamental, com Mestrado em Psicologia, Pós Graduada em RH, Espec. em Personal e Professional Colching - Sociedade Brasileira de Coaching- Atua como coach de Carreira e Life Coach.

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