Seu hobby pode virar sua carreira

Veja como profissionais conseguem transformar diversão em trabalho

Publicado em 14/07/2010 – 16:00

Por Larissa Leiros Baroni

Rafael Torres concilia emprego na área de informática com hobby

O consultor de informática Rafael Torres, 23 anos, divide o seu tempo entre o computador e a “pick-up” há cinco anos e pretende seguir nesse caminho por muito mais tempo. Enquanto no horário comercial se dedica à função de consultor numa empresa, durante as noites e os finais de semanas trabalha como DJ (disk jockey). “Uma profissão me sustenta e a outra me dá prazer e satisfação pessoal e profissionalmente”, resume. Atualmente, segundo ele, 80% de sua renda ainda está relacionada ao seu emprego como consultor.

Assim como Torres, há mais de quatro milhões de brasileiros que mantêm dois vínculos empregatícios. Há ainda outros 372,8 mil profissionais que se dividem entre três ou mais empregos. É o que comprova o levantamento de 2008 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse número, no entanto, pode ser ainda maior. Isso porque existem muitas pessoas que, mesmo tendo um único registro na carteira de trabalho, conciliam mais de uma atividade profissional.

Segundo Juliana Almeida Dutra, professora de Gestão de Pessoas da Trevisan Escola de Negócios, as multi-carreiras se tornam cada vez mais viáveis tanto pelo déficit de profissionais qualificados no mercado de trabalho como pela mobilidade proporcionada a partir das novas tecnologias. “Além da existência de espaços vagos para gente competente, a Internet tem possibilitado a otimização do tempo e viabilizado a realização de diversas tarefas paralelas”, explica ela.

Mesmo diante da viabilidade, os motivos que levam os profissionais a seguirem esse caminho são variados. De um lado, aqueles que buscam exclusivamente a complementação da renda financeira. Do outro, os que investem o tempo livre para transformarem seus hobbies numa nova carreira. “A dupla jornada caracterizada por necessidade financeira, geralmente, é temporária e vinculada a um objetivo pessoal ou profissional. Ganhar mais dinheiro seja para concluir a faculdade, para casar ou mesmo para fazer uma viagem”, aponta Juliana.

Embora Torres já tenha pensado muitas vezes em viver só da música, reconhece que o meio dificilmente trará os resultados financeiros que a informática traz. “Continuarei, portanto, a conciliar as duas carreiras enquanto houver viabilidade e enquanto a Ciência da Computação permitir. Se identificar que as festas comprometem o meu desempenho profissional como consultor, terei de diminuir o ritmo como DJ e quem sabe até parar”, admite ele.

Ainda sim, é possível recorrer às habilidades de uma carreira para alavancar a outra. Essa tem sido a estratégia adotada pela advogada e fotografa Patrícia Thomé, 40 anos. Embora as duas profissões pareçam ser bem distintas, ela usa seus conhecimentos com as leis para elaborar o contrato com seus clientes. “Hoje, dedico muito mais tempo ao Direito do que à Fotografia”, conta ela, que não esconde o desejo de reverter esse cenário inviabilizado principalmente pela questão financeira. “Os ganhos que tenho com as fotos são mínimos e para ampliá-los preciso investir muito mais em meu marketing pessoal e me falta tempo para isso. Principalmente, por causa do grande consumo do Direito em minha vida”, relata Patrícia.

Planos para que a advogada concretize o sonho é que não faltam. “Na ausência de tempo, decidi recorrer à parceria com um colega. Juntos, conseguiremos alcançar resultados mais expressivos, principalmente no que diz respeito à divulgação do nosso trabalho”, diz Patrícia. Caso não seja viável financeiramente abandonar de vez o exercício da advocacia, ela pensa em aproximar mais sua carreira a seu hobby. “Sou especializada em direito trabalhista, por que não me dedicar à área da advocacia que envolve os direitos autorais?”, avalia ela.

Equilíbrio entre as profissões

Para conseguir conciliar duas ou mais carreiras, Jaqueline Silveira, coordenadora do Ibmec Carreira de Minas Gerais, recomenda que os profissionais façam um planejamento. O primeiro passo, segundo ela, é identificar aonde se quer chegar com esse e aquele emprego e encontrar um ponto de equilíbrio entre eles. “Com o aumento da carga horária de trabalho, é natural que alguma outra atividade tenha de ser sacrificada. E é nesse momento que temos que fazer opções”, afirma Jaqueline. “Para ganhar é preciso perder”, acrescenta ela.

Juliana sugere ainda que os profissionais tenham disciplina e saibam separar as duas carreiras. “Não posso, por exemplo, estar no meu papel de consultor e atender o celular para resolver um problema da minha outra função”, exemplifica a professora da Trevisan. É importante que uma não interfira no rendimento da outra. “Caso contrário, não será possível fazer nem uma nem a outra com a qualidade merecida e exigida”, ressalta Juliana. Qualidade que, para ela, também está relacionada ao estudo. “Estudo que, assim como tempo, deve ser redobrado para a garantia da atualização constante em ambas as carreiras”, enfatiza Juliana.

Os cuidados também devem ser redobrados com os limites éticos e profissionais que envolvem as carreiras. “Verifique se há conflito de interesse entre as duas atividades exercidas. Procure ficar atento ao código de ética da empresa em que trabalhe e respeite seus limites morais e éticos”, orienta Jaqueline. Assim como há empresas que exigem dedicação exclusiva, a outras que permitem a realização de atividades extras desde que não comprometam o desempenho do funcionário. “Mesmo quando a proibição não é explicita, o bom senso é o melhor parâmetro para a tomada de decisão. Não posso, por exemplo, prestar serviços ao concorrente da minha empresa”, cita ela.

A visão do mercado de trabalho em relação aos profissionais que têm uma dupla jornada ainda não é bem definida. Enquanto Jaqueline acredita que há certo preconceito dos gestores em relações aos profissionais que mantém duas carreiras paralelas, Juliana defende que há sim um reconhecimento em relação aos ganhos daqueles que conseguem conciliar mais de um emprego. “As empresas ainda dão preferência àqueles profissionais dedicados 100% a ela, que podem fazer hora extra ou mesmo uma viagem quando necessário”, diz Jaqueline.

Para Juliana, no entanto, esses profissionais desenvolvem mais facilmente visões multifuncionais. “Têm maior poder de organização, não têm dificuldade de olhar para o outro, nem mesmo de identificar oportunidades dentro de projetos. Empreendedores podem trabalhar tanto dentro como fora da empresa”, aponta a professora, que afirma que ser um bom empregado não significa ter que investir 100% do seu tempo no trabalho. “É fundamental reservar parte do dia para fazer atividades das quais se gosta e, assim, melhorar seu humor, aliviar o nível de tensão e estresse e até mesmo melhorar o desempenho do profissional”, completa ela.

Tão importante quanto saber como conciliar duas carreiras, é reconhecer a hora de interromper a dupla jornada. É o que garante Ana Cristina Limongi, coordenadora da FIA (Fundação Instituto de Administração). Segundo ela, há diversos fatores que indicam a necessidade de mudança na rotina de trabalho. “Analise o lado físico, psicológico, social e organizacional. Identifique se tem condições físicas para continuar com as duas carreiras, se está ou não realizado com ambas, se atinge ou não o prestígio social almejado e se os seus rendimentos profissionais são ou não satisfatórios”, aponta Ana Cristina.

Fonte: UNIVERSIA

Toyota terá nova fábrica no Brasil em 2012

Unidade será erguida em Sorocaba (SP) e receberá 600 milhões de dólares em investimentos

Marcio Orsolini, de EXAME.com
15/07/2010 | 15:23

DIVULGAÇÃO - Fábrica da Toyota, em Idaiatuba: montadora japonesa quer expandir negócios no Brasil

São Paulo – A montadora japonesa Toyota construirá uma nova fábrica no Brasil, em Sorocaba (SP). As obras começarão em setembro deste ano, com início da produção previsto para o segundo semestre de 2012, com capacidade de cerca de 70.000 veículos.

Na nova planta — a terceira da montadora no país — será produzido um novo modelo de carro compacto, que poderá ser exportado. As obras começam em setembro e terão de 600 milhões de dólares em investimentos, com a geração de aproximadamente 1.500 empregos.

A Toyota chegou ao Brasil em 1958, com a construção de sua primeira unidade industrial fora do Japão, em São Bernardo (SP). Atualmente, essa unidade produz apenas peças para automóveis. A montadora japonesa tem também uma unidade em Indaiatuba (SP), onde é fabricado o modelo Corolla.

Fonte: Portal EXAME

Brasil bate recorde na criação de vagas no semestre

publicado em 15/07/2010 às 11h18: atualizado em: 15/07/2010 às 11h22
Com o resultado, país fica mais próximo da meta de 2,5 milhões de empregos até dezembro
Mariana Londres, do R7 em Brasília
O Brasil bateu recorde na criação de empregos no primeiro semestre do ano, com a geração de  1,473 milhão de empregos com carteira assinada, apesar da queda no resultado mensal em junho. No mês passado, foram abertas 212.952 mil vagas, contra 298.041 mil do mês de maio.O recorde anterior havia sido registrado no primeiro semestre de 2008, quando foram criadas 1,36 milhão de vagas. De janeiro de 2003 até agora já foram criados mais de 13,2 milhões de empregos no país, segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

– O mercado teve comportamento atípico de crescimento nos últimos cinco meses e em junho houve acomodação de alguns setores como serviços e diminuição em alguns setores, como educação. É verdade que eu previa um resultado melhor para junho, mas não houve desacelaração, apenas acomodação.

No mês de junho foram contratados 1,63 milhão de trabalhadores e demitidos 1,41 milhão, o que resultou no saldo de criação de empregos de 212.952 empregos, crescimento de 0,62% em relação a maio.

No primeiro semestre, seis setores da economia tiveram recorde de contratações: serviços, indústria de transformação, construção civil, comércio, serviços industriais de utilidade pública e atividade extrativa mineral. Mas o que mais cresceu foi o setor agrícola, com aumento de 11,98% em relação a 2009 e criação de 175.050 postos de trabalho.

Para o segundo semestre de 2010, o ministro prevê criação de cerca de 1 milhão de empregos, número menor do que do primeiro semestre em função do comportamento do mercado, que costuma encerrar contratos temporários na segunda metade do ano.

– O segundo semestre vai crescer bem, em ritmo contínuo, mas com percentual de crescimento em relação menor, tanto em relação ao primeiro semestre quando em relação ao segundo semestre de 2009, porque no fim de 2009 já não havia crise. 

Com o resultado, o país fica mais próximo da estimativa do Ministério do Trabalho de criação de 2,5 milhões de empregos em 2010. No início do ano, a estimativa era de 2 milhões de novos empregos no ano, mas os recordes sucessivos, batidos todos os meses de janeiro a junho, fizeram com que o ministério elevasse a meta.

A recuperação brasileira da crise financeira mundial e o alto ritmo de crescimento econômico brasileiro no primeiro semestre são os principais motivos para a elevação das contratações com carteira assinada.

Tanto é que os setores de serviços e da indústria foram destaque nas contratações nos primeiros meses do ano. A previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, ou soma das riquezas do país), principal indicador de crescimento da economia, foi revisada recentemente pelo Banco Central, e deve atingir 7,3% em 2010.

Fonte: R7

Especialista defende criatividade na busca por empregos em TI

Autor de um livro sobre o marketing de guerrilha para desempregados coleciona histórias como a do copo de café vazio, que rendeu um emprego a um administrador de sistemas.

Por Computerworld/EUA
15 de julho de 2010 – 15h05

O canadense David Perry, especialista em recrutamento, ficou famoso como coautor do livro “Guerrilha Marketing for Job Hunters 2.0” (Marketing de Guerrilha para Desempregados 2.0, em tradução livre do inglês). Entre outras questões, ele defende a ideia que o uso de estratégias pouco ortodoxas na busca por uma vaga pode resultar na obtenção de um novo emprego em um terço do tempo médio demandado por esses processos.

Em entrevista à ComputerWorld/EUA, Perry fornece detalhes sobre as estratégias e explica como os profissionais de TI podem tirar proveito de suas lições.

ComputerWorld/EUA – O que os candidatos a uma vaga de emprego podem fazer para encurtar o processo?

David Perry – Parar de procurar por vagas e passar a buscar empregadores e por pessoas influentes. Prepare uma relação com as 20 empresas em que gostaria de trabalhar. Se estas não estiverem contratando, a saída será estar em evidência nessas empresas.

Todos os dias essas organizações dispensam funcionários e a procura por mão-de-obra qualificada, na verdade, nunca cessa. Faça o máximo de contatos, frequente os círculos e, assim que a oportunidade aparecer, seja um dos primeiros a saber. 

Use sites como o LinkedIn – estar lá é importante, mesmo que não traga resultados imediatos. O LinkedIn é utilizado para consultas sobre quem você é e o que faz. É muito provável que o recrutador procure pelo nome dos candidatos no Google e nas redes sociais.

CW – Poderia dar exemplos de marketing de guerrilha na busca por empregos?

Perry – Quem entende do assunto sabe que, em média, 20% das vagas existentes são anunciadas na web. Então uma saída é ficar esperto e procurar um meio de ficar visível para as 80% restantes. Fato é que a vasta maioria fica presa às oportunidades anunciadas na Internet.

O lance é criatividade, sabe? Foco e persistência também. Em todo caso, ações mais, digamos, ousadas podem ajudar. Tente ligar para quem decide, mas não engasgue ao ouvir a voz do diretor e lembre que ele tem segundos antes de desligar na sua cara. Faça um currículo bacana, com testemunhos de outras pessoas, algo rico e informativo. Tem até caso de gente entregando currículos em embalagens bem criativas como dentro de copos de café descartáveis.

CW – Em copos de café? Como assim? Isso já funcionou para alguém?

Perry – Eu chamo isso de um currículo com personalidade. Os ingredientes são bastante básicos: um documento repleto de cores, com logotipos de antigos empregadores, uma embalagem de café para viagem da Starbucks e uma breve carta de apresentação convidando o recrutador para um café e uma conversa sobre como o candidato pode ajudar a empresa. 

O negócio é mandar essa caixa por FedEx, DHL ou outro serviço similar. Sobre o sucesso dessa tática, sugiro que pergunte a Mark Thomas. Ele teve de parar a operação de envio dos currículos em copos de café, pois estava com a agenda lotada depois de enviar dez pacotes desse tipo. Thomas começou em um emprego novo em 8 de março, na função de administrador de sistemas em Mesa, no Arizona.

CW – E você acredita que essas táticas servem para profissionais da área de TI?

Perry – Por que não funcionaria? Acho que os profissionais de TI são as pessoas mais habilitadas a fazer esse tipo de ação. Eles têm uma noção nata de como funcionam as redes e as ferramentas colaborativas nas empresas.

Fonte: COMPUTERWORLD

Geração Y causa mudanças em relações no trabalho

Novos perfis desafiam empresas a repensarem modelos de gestão

Publicado em 15/07/2010 – 13:00

Por Amanda Assad

Felipe Schiavo abriu mão da estabilidade para ir atrás de crescimento

Mesmo faltando um ano e meio para encerrar o contrato de estágio numa montadora automobilística, Felipe Schiavo, 22 anos, estudante de Ciências Contábeis da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), decidiu partir para uma nova oportunidade. O objetivo era buscar algo que lhe garantisse maiores chances de crescimento. Seguiu para PWC (PricewaterhouseCoopers) – multinacional do segmento de auditoria e assessoria tributária e empresarial – e, num prazo de um ano e dois meses, conseguiu a promoção de trainee para assistente.

Schiavo conta que ingressou na PWC pelo interesse no plano de carreira que a empresa oferecia. “Ela oferece cursos de inglês, auxílio para universidade e oportunidades de trabalho no exterior. Além disso, tenho liberdade para propor novas ideias e dar minha opinião”, destaca o estudante, que se demonstra bastante satisfeito com seu desenvolvimento dentro da organização. Ele espera, no entanto, que esse crescimento continue com a mesma rapidez.

A postura de Schiavo é característica do grupo responsável por uma série de mudanças nos modelos de gestão dentro das empresas: a chamada Geração Y. Com modo diferenciado de aprender, trabalhar e se comunicar, esses novos profissionais desafiam o mercado de trabalho a se reposicionar e repensar suas estratégias de organização e motivação. É o que garante João Baptista Brandão, professor da FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas). “Essa geração se inicia a partir de 1980, quando começam a surgir crianças e jovens centrados em tecnologia”, resume Brandão.

Hélvio Tadeu Cury, professor de administração da PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) aponta a influência das tecnologias, bem como a grande quantidade de informação da vida contemporânea no dia a dia da nova geração. De acordo ele, essa familiaridade com o ambiente virtual é o divisor de águas entre essa e as gerações anteriores. “Eles têm facilidade em trocar informações e experiências por meios virtuais e isso faz com que se comportem de uma forma diferente das outras gerações, que nunca na história tiveram essa oportunidade”, explica Cury.

Diferenças que, segundo Brandão, também estão relacionadas ao panorama do mercado de trabalho. Ele diz que a geração antecessora – nomeada de Geração X – passou por períodos agudos de instabilidade no mercado de trabalho e teve de batalhar por segurança na carreira e na vida financeira. Em contra partida, os jovens da Geração Y, na opinião do professor, ganharam a autonomia que seus pais não puderam usufruir. “Os pais tinham propósitos centrais de oferecer aos filhos o que não tiveram. Essas crianças foram educadas com liberdade muito grande e acesso à tecnologia, sendo capazes de realizar várias tarefas simultaneamente”, afirma ele.

Aliado às tecnologias, o acesso à informação também adicionou à Geração Y uma forte característica questionadora. “Desde a infância, essas pessoas não aceitam ser contrariadas sem motivo. Se elas ouvem não, querem entender o motivo dessa negação”, acrescenta Brandão. Por sua vez, o professor de administração da PUC Minas explica que a interação por meio dos meios virtuais e a globalização expandem a forma de se comunicar, negociar e aprender, o que muda radicalmente o comportamento dos jovens. “A abrangência não é mais limitada. Onde tem informação, esses jovens estão. Eles aproveitam os conteúdos porque não estão restritos à região, cidade ou país em que atuam”, diz Cury.

Mercado de trabalho

Outra particularidade da geração Y apontada pelo professor da PUC Minas é a maior associação entre a teoria e prática. “O que possibilita a atração de novas possibilidades dentro e fora do mercado de trabalho”, enfatiza Cury. As mesmas características desenvolvidas no convívio familiar e social, segundo Brandão, são transportadas para o mercado de trabalho, quando esses jovens iniciam suas carreiras. Ele indica que as pessoas da Geração Y, também chamadas de Millennials ou Geração da Internet, esperam encontrar no ambiente corporativo a mesma liberdade de questionamento e de comunicação que utilizam na vida pessoal, o que muda as relações hierárquicas e os métodos de trabalho. “Em consequência do rápido desenvolvimento tecnológico que vivenciam, a Geração Y está acostumada a mudanças frequentes e buscam resultados mais rápidos”, aponta o professor da FGV.

Brandão destaca ainda que essa é uma das maiores diferenças de atuação das gerações X e Y. Enquanto os trabalhadores de 31 a 45 anos tendem a enxergar a empresa como uma família e costumam trabalhar por mais tempo numa mesma instituição, a parte da Geração Y que já se iniciou profissionalmente com idade entre 20 e 30 anos – enxerga o trabalho como parte da vida. “Almejam resultados e crescimento dentro de curtos períodos de tempo, o que culmina em maior mobilidade profissional”, completa ele.

A Geração Y também pretende diminuir a rigidez e a formalidade dos padrões hierárquicos, pois, de acordo com Brandão, espera de seus gestores um diálogo mais aberto. “Se a relação com o chefe não é adequada, esse profissional deixa a empresa. O que faz com que eles permaneçam num emprego é o ambiente, a figura de um chefe com quem possa se comunicar de igual para igual”, esclarece ele, que aponta também a forma como as características de questionamento e imediatismo chegam aos projetos profissionais. “Esse colaborador quer encontrar sentido no trabalho. Sua concepção de futuro é diferente e ele espera resultados imediatos”, acrescenta o professor.

Imediatismo também confirmado por Cury, que relaciona a característica ao aumento da tendência da mobilidade. Segundo ele, esse público é ambicioso e busca sair da estabilidade para buscar novos desafios constantemente. “A Geração Y aposta na mudança como uma possibilidade de crescimento. Esses profissionais não querem ficar 20, 30 anos numa empresa. Eles renovam seu currículo com freqüência e querem ganhar dinheiro rapidamente, pois são consumidores natos”, ressalta o professor. Além de crescimento rápido, Brandão cita que os jovens esperam ainda retornos contínuos dos gestores. “Querem saber se correspondem ou não às expectativas da empresa. Caso não, buscam compreender o que podem fazer em relação a isso”, diz ele.

Com todas essas mudanças, a tendência do mercado de trabalho é dar preferência a profissionais com esses perfis. É o que diz Cury. Isso porque, segundo ele, os jovens não têm medo de investir na carreira e sabem se desenvolver em períodos de dificuldade. “A Geração Y ganha valorização porque aposta na crise e na instabilidade. Onde há escassez, esse tipo de profissional consegue produzir”. Brandão afirma ainda que atualmente o principal desafio das empresas é desenhar novos modelos de gestão. “As lideranças, geralmente de outras gerações, não estão preparadas para lidar com esses jovens. Algumas, no entanto, já se reorganizam, até porque esses profissionais possuem bons conhecimentos e preparação, com potencial para gerar resultados importantes”, analisa ele.

A convivência de gerações

A Geração Y surgiu num contexto diferente de sua antecessora. Enquanto a X presenciou períodos de crise econômica e altos índices de desemprego, a Y se adaptou ao risco da crise e se familiariza com esse contexto. Acostumada com as mudanças, tem interesse em se atualizar e conhecer vários tipos de tecnologia e áreas de atuação. “A geração anterior ficou com medo de empreender e arriscar o emprego porque pensava que pudesse perder as oportunidades, mas esses jovens não têm medo de arriscar. Eles perceberam que têm possibilidades que antes ninguém teve e isso dá a eles mais coragem”, conta Brandão.

O professor da FGV indica outro ponto de distanciamento entre as duas gerações. “A X construiu sua carreira em torno da empresa, ao contrário da Y, que se preocupa em construir a carreira a partir de conhecimento prático. Os jovens trabalham querendo antever se seu esforço poderá trazer algum resultado concreto”, compara Brandão.

O aprendizado também é diferenciado entre ambas as formações. De um lado, a Y que aprende pela descoberta, estuda um pouco e parte para a prática. Do outro, a X que se baseia amplamente em teoria e pensa em hipóteses para depois se lançar para o desenvolvimento na prática. “A atual geração é pouco disciplinada para cumprir trabalhos mais intensos e extensos, porque sua capacidade de atenção contínua é menor em relação à geração anterior e seu processo cognitivo é menos introspectivo”, ressalta Brandão. Ele aponta que, dessa forma, a Geração Y trabalha melhor em projetos de curto prazo.

Cury finaliza destacando o benefício da convivência entre gerações diferentes. Segundo ele, é possível aproveitar o caráter questionador e a pró-atividade da nova geração para inovar a troca de conhecimento. “O choque de gerações se transforma numa possibilidade de novas buscas e novas abrangências. É possível aproveitar esse questionamento para gerar novas experiências”, enfatiza ele.

Fonte: UNIVERSIA

Empresas oferecem estágio e trainee em feira virtual

Durante duas semanas, universitários e recém-formados poderão se candidatar para oportunidades e participar de palestras com especialistas em carreiras

Talita Abrantes, de EXAME.com
15/07/2010 | 11:05

REPRODUÇÃO - Feira virtual apresentará também testes de compatibilidade dos candidatos com as vagas

São Paulo – De 26 de julho a 8 de agosto, universitários e recém-formados poderão interagir com empresas durante feira virtual de estágio e trainee promovido pelo site Curriculum.com

Durante esse período, os participantes poderão se candidatar a oportunidades oferecidas por empresas como Suzano, Oi, Santander, Microsoft, AES Eletropaulo e Page Personnel.  A interação com as empresas será feita por meio de chats e estandes virtuais

Pedro Gravena, diretor da DM9 DDB, Walter Dias, gerente da Microsoft, Paulo Sergio Sgobbi, diretor de RH da Brasscom e  Fabiano Caxito, especialista em carreiras, entre outros, ministrarão palestras virtuais para os participantes.

Para participar, é preciso cadastrar seu currículo no site da feira Curriculum netWORKS.  Os requisitos mínimos para operação do site é a  instalação do programa Flash.